terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Arrego

E ele chegou pra mim e disse: "o que eu faço pra dar um tempo pra mim?".

Droga, droga, droga. Foi a pergunta mais difícil que alguém já me fez em anos !
Eu me lembro que disse isso pra Gabi há uns 30 dias atrás, mas eu disse isso bem vagamente, sem imaginar ao certo o que eu estava dizendo e menos ainda, o que significa dizer que "estou dando um tempo pra mim".
Aí já começo a viajar, lembrando de quando eu era criança, e as minhas "amiguinhas" ficavam de mal de mim, eu me trancava no quarto e costurava. Costurava tanto, que me sentia a Coco Chanel das Barbies. Só que esse tempo, com certeza, não era um tempo pra mim. Parecia, mas não era.
Era um tempo pras minhas amigas que tinham ficado de mal de mim. Então, agora, penso que o tempo, não é pra vc, meu caro amigo. O tempo é pra ela mesmo. É ela quem quer "um tempo" de vc.
E a conclusão que tiro, é que por mais que o desejo de ter o tão sonhado tempo só, esteja há apenas um pé-na-bunda de distância, tudo isso é derivado dessa utopia vagabunda e melindrosa de que sozinho, botamos o pensamento em dia;
Quem é que precisa de tempo sozinho pra saber que não quer ir à formatura ou à Igreja?
Que não gosta de jiló mas de cenoura, e que ser saudável é não beber durante a refeição?
Pelo menos, meu bem, sabemos que pra estar sozinhos, basta que o outro queria ficar de mal. E ter um tempo sozinhos, é suficiente durante o banho. Chorar calado, fingir dor-de-barriga, cólica, crise de riso seguido de lágrimas de alegria, são bem mais fáceis. A gente tem 15 minutos de arrego e logo, logo passa.

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